Todos estão LOUCOS! Ou quase isso...
Antes que você fique pensando algo como: "Por que você deixou o último texto sem conclusão?" Não se preocupe, você pode ver tanto este quanto os outros textos como uma "parte dois, três ou até quatro". Não tenho e nem tive compromisso com conclusões, por mais que isso seja uma compulsão minha. No entanto, vou deixar o trabalho de concluir a você, para que comece a exercitar um pouco seu pensamento crítico. Contudo, caso você goste dos meus textos e queira me apoiar, inscreva-se no meu blog. Você receberá textos exclusivos e poderá ler tudo na íntegra e antes de todos.
Ao nascermos e crescermos, somos inundados com muitos moldes que acabam nos capturando ao longo de nossa jornada até a adolescência. Esse fatídico estágio da vida de qualquer humano procura reafirmar à todo custo a própria individualidade, sempre respondendo com um "não" a tudo que pareça colocá-lo dentro de uma caixa de coisas em comum.
Ao chegarmos na vida de jovem adulto, estamos em uma provável faculdade, e, procurando novas amizades com gostos parecidos, achamos novamente o mesmo grupo que vimos nas escolas em instituições de ensino superior. Contudo, as pessoas que participam desses grupos característicos pareciam ser insondáveis, dúbios. Como se a cada descoberta desmontasse uma a peça dentro de nossa cabeça sobre ela até que aquela imagem de loira genérica da odontologia se torne uma mulher incrivelmente inteligente que o sonho dela era fazer física mas não gosta do salário do professor e sendo pressionada a ser dentista igual a mãe, está nessa faculdade curtindo com as amigas.
Mas enquanto não conhecemos ela, assim como os outros, vão chamá-la de uma maluca da odonto. Nós temos esse costume. Chamamos qualquer pessoa de doida ou maluca. Impomos a autenticidade dela dentro de um sistema de pouco gasto energético, nos afastamos dela de propósito para mantermos o nosso mundo interno pequeno.
Byung-Chul Han escreveu em A Expulsão do Outro:
“[O terror do mesmo] nos leva a um loop interminável do ego, levando, em última análise, a uma 'autopropaganda, doutrinando-nos com nossas próprias ideias'”.
A linha tênue entre a descoberta o criticismo para com o outro demonstra muito sobre uma visão , não só pequena, traumatizante do mundo. Ao criar rótulos de pouca explicação, porque a descrição nos dará detalhes que irão humanizar o mundo. Entretanto, vivemos em um mundo de guerras, corridas, estresses constantes, medos constantes e desconfiança, contradizendo a própria descrição e tornando-a mais sensível as dores constantes do mundo.
Sem a descrição, temos poucas características em comum, não há conexão direta, portanto, não existe conflito de nossas ideias internas. Porque nós temos medo de estarmos errados, algo que me parece narcisista, como se criamos uma autopropaganda de produtos que estão em nossa frente.
Quando ao afirmamos que todos estão loucos ou possuem um pouco de loucura, queremos acreditar que todos possuem uma negatividade alinhada a nossa, desqualificando o outro entre uma explicação simplista e uma negação da realidade. Assim aprendemos, negar a tudo para afirmar que somente nós existimos dentro de nosso próprio mundo.
Problemático, não?